Como controlar os lobos

Este livro foi feito com o objetivo de esclarecer a sociedade acerca das dificuldades que os familiares de pessoas com transtornos passam e provocar questionamentos sobre o tema do cuidado e da proteção, a autora pergunta: Como proteger nossos filhos sem que os prendamos em casa – o que caracterizaria cárcere privado – e como impedir a sua vida na cidade, sem que o percamos para sempre? Sem que a família adoeça muito? Marilice escreve na primeira pessoa, mesmo sem mazelas ou queixas pessoais. UM de seus filhos, frágil desde bebê, atendido na rede privada de Porto Alegre (déc. 70) e após pelo SUS, tem diversas comorbidades e foi diagnosticado há poucos anos com TEA, o que a mãe já sabia, pois fora chamada de mãe geladeira. Compreenda os cuidados dessa mãe, as internações, os tratamentos, os estudos, o bullying na rua e na escola, a vasectomia, a interdição, a família, a sociedade e a (in)operância dos sistemas de saúde e o indiscutível esgotamento familiar e a necessidade de moradia adequada. Marilice acredita que é no convívio agradável que os laços afetivos são fundamentados. Compreenda o afeto, destruído muitas vezes devido ao longo tempo de permanente sofrimento familiar e resgatado muitas vezes. Um livro sensível, cuidadoso, que devido ao estilo literário da escritora, mesmo tendo sido em 3 horas contínuas, quando já era impossível calar, nos provoca e nos encaminha até o fim.