Nos Confins de um Lapso
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Se atentarmos nas afirmações de René Char, de que A poesia é o amor realizado do desejo que permanece como desejo , ou de que Aquele que vem ao mundo para nada perturbar não merece nem consideração nem paciência , talvez possamos olhar Nos confins de um lapso, de Fernando Chagas Duarte, e perceber esse frágil mas persistente canto, que se tenta fazer grito, elegia, poesia, em todos os sentidos. E é um canto por entre tensão, quer filosófica, quer expressiva, nos meandros dialógicos da subjectividade e objectividade interior e exterior, sobretudo em alguns dos textos, pois, como profere: desconheço/a cópula infernal/dos insectos/desconheço/o impossível milagre/das rosas/( ) é que o tempo/tem o paladar do engano/essa substância espessa/da ingratidão. Se escrever poesia hoje, a julgar pelos actuais circunstâncias de insanidade do mundo, poderá expressar uma atitude susceptível de ainda se resistir, a questão da utilidade do acto poético impõe uma abordagem mais profunda dos impasses que a envolvem na linguagem bárbara do mundo. Este livro é um corpus do labor poético do autor, quer seja na reconhecida leitura de poesia, seja no polir do artefacto poético. Citando o grande Antonio Machado, o caminho faz-se caminhando , e é isso que F.C. Duarte está a fazer desde o seu primeiro livro, a resistir, a caminhar! Um livro que, de alguma forma, no seguimento dos anteriores em que quase todo o labor poético é uma viagem, a do poeta, a nossa, a de todos , é uma ética da palavra, da poesia, do humano, onde a escoriação e o fogo são, ou só poderão ser, o único catalisador desta poesia, na poesia: serei a mesma parte de um homem/que se alimenta do silêncio,/quase aos braços dele//os animais são uma parte adormecida/essa secreta errância da ternura/que sobe pelos pulsos da existência. Se antes de Baudelaire e Mallarmé a poesia se evidencia por falar sobre um sujeito que busca somente desvendar as esfinges da sua alma, autores modernos, como Char e, de alguma forma, como o autor, já não buscam uma resolução para o quem sou eu?, mas, sobretudo, questionam, mas e tu, quando surgirás? A poesia de F.C. Duarte é uma busca incessante da percepção do mundo, interior e exterior, suportada por um palimpsesto lírico e metafórico, mas também fotográfico do real, do seu real. E, se algumas palavras ou imagens o acompanham desde o primeiro livro ou poema água, mar, chão, lugar, memória, tempo, poesia , neste livro, como é natural, palavras ou imagens de crueldade, humanidade, guerra, fim, branco, ruína inundam a textura que se reflete no olhar do poeta e do leitor. Perante este mundo, nem a poesia, nos confins de um lapso, poderá travar o suicídio da humanidade: as palavras/estão tão gastas, o passado é tão inútil/como as mãos do mundo/( )/as pessoas parecem enigmas umas das outras. Concluo, esperando que a ética poética de resistência que daqui brota possa espelhar-se do alabastrino do poeta para os olhos e coração dos leitores e que o amor e a poesia possam reviver a infância, a nossa e a do mundo, para que seja possível ainda o tempo enfim de ser humano/( ) em transparência ! João Rasteiro ISBN-13: 9786559005116Páginas: 62idioma: PortuguêsEdição: 01ED/23Autor: Duarte, Fernando Chagas

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